Viviane Bileski, de 40 anos, foi diagnosticada com câncer há dois anos e, agora, se prepara para segunda cirurgia após convencer médico.
A batalha de Vivane Bileski, de 40 anos, contra a doença começou em junho de 2016. Ela havia acabado de passar oito meses ao lado da sogra, que morreu por conta da mesma doença, quando, cerca de uma semana após perdê-la, começou a sentir fortes dores no abdômen e suspeitou de que algo poderia estar errado.
“Me assustei bastante, pois comecei a me ver no espelho com uma aparência amarelada, e para piorar, sou da área da saúde, conheço algumas coisas. Foram quatro meses indo de médico em médico até fazer uma cirurgia, onde descobriram o tumor que eu tinha, e que já estava em estágio avançado”, conta.
Descobrir que tinha um tumor maligno no ovário foi um choque para ela, que ficou três dias inteiros sem saber como reagir frente ao problema. “Depois da confirmação com o laudo, fiquei chorando, mas depois levantei a cabeça, escrevi um blog e abracei o Outubro Rosa. Isso tudo virou uma ‘brincadeira’ na minha mão”, diz.
Depois de identificada a doença, Viviane passou pelo tratamento com quimioterapia, mas o tumor acabou voltando. “Em junho de 2017, fiz concurso, passei e comecei a trabalhar na UTI de um hospital. Mas comecei a sentir fortes dores novamente, que me deram o alerta”, explica ela, que adiantou os exames de controle que detectaram o câncer em estágio avançado.
“Abri o resultado ali na UTI mesmo e fiquei aos prantos. Voltei com o tratamento e, quando terminou, em maio, passei por um cirurgião que, na consulta, disse que não queria me operar, pois não tinha mais o que fazer”, relata.
Surpresa, Viviane lutou até o fim para que ele aceitasse fazer a cirurgia. “Ele disse que não era necessário, pois ia operar e voltar, que eu ia passar o resto da vida na quimioterapia. Bati o pé e disse que queria operar. Consegui convencê-lo, mas ele disse que eu não deveria ter falsas esperanças com relação a uma possível cura”, conta.
Agora, Viviane aguarda consultas médicas para marcar a cirurgia que terá, aproximadamente, 15 horas de duração, devido à complexidade. “É mais um desafio que vou enfrentar. Eu tenho que lutar. Não iria aceitar o que ele [médico] disse e pronto”, diz.
A repercussão de sua publicação nas redes sociais foi muito grande. Tanto que muitas pessoas diagnosticadas com a mesma doença a procuram em busca de uma palavra ou conselho. Essa situação, inclusive, a fez criar um projeto voltado a pacientes com câncer atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Praia Grande.
“Fiz um projeto de uma Unidade de Tratamento Oncológico para ser instalada no Hospital Irmã Dulce. Não precisaria de nada grande, além do que, não iria onerar o município. Um diagnóstico tardio é custoso, mas antecipado não. O projeto foi para a mão do prefeito há seis meses, mas não tive resposta”, conta.
“Na unidade, o paciente teria consultas e quimioterapia. Para exames mais complexos, poderia ser agendado no Ambulatório Médico de Especialidade [AME] ou no próprio hospital, cumprindo a lei, que diz que o paciente de câncer tem prioridade”, explica.
Trabalhar em projetos como esse, para Viviane, dá uma força nova a cada dia para enfrentar a doença. “Desde quando tive o diagnóstico, entreguei minha vida na mão de Deus. Quantas pessoas com câncer precisam de psicólogo, um monte de coisas. Eu não quero nada disso. Deus está agindo nisso, e eu vivendo meu dia de hoje. Faço planos, sim, mas para meus projetos, e não para minha vida. Eu vivo o dia de hoje”, finaliza.